Transformando nossa vida diante dos valores do presente século

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“E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12:2).

O excerto acima faz parte do maior tratado bíblico sobre a Graça de Cristo e o papel dela na transformação do homem. Provavelmente um dos maiores tratados apologéticos da Bíblia, sua importância é tão grande que ouso dizer que nós, cristãos, devíamos conhecê-la de decorar. Isso porque, além de ser um autêntico “euangelion” (boas novas ou evangelho), conforme a  ela se referia o teólogo britânico Willian Tyndale, a epístola aos Romanos, afirma o estudioso, que foi redigida tendo como destinatário um grupo bastante heterogêneo, formado majoritariamente por gregos, romanos e judeus que conviviam em uma cidade cuja população na época paulina girava em torno de 01 milhão de habitantes, de cultura pagã e que, portanto, enfrentava desafios muito semelhantes ao que a igreja de Cristo enfrenta na contemporaneidade.

É certo que muitos eram oriundos de Jerusalém, onde enfrentavam uma terrível perseguição por parte dos sacerdotes e líderes judeus, outros se converteram pela pregação de Pedro, de Paulo e mesmo de coirmãos que a Bíblia se abstém de citar os nomes. Tais crentes, além de conviver com os próprios conflitos doutrinários naturais de um Cristianismo ainda incipiente, se viam diante de uma cultura pagã extremamente idólatra cujo panteão era formado por divindades reverenciadas com comidas sacrificadas, prostitutas cultuais e violência. Havia, portanto, um caminho dúbio: os judaizantes ainda se apegavam aos costumes da lei mosaica e os não judaizantes exageravam da liberdade cristã se embrenhando na cultura greco-romana, participando de cerimônias carnais e de rituais pagãos.

Desse modo, Paulo escreve, então, uma carta didática, apologética, com profundidade de conceitos sobre a vida cristã, realizando ponderações sobre problemas doutrinários e, com uma adequada exegese de seus ensinamentos, preciosas lições para à igreja do século XXI. Como exemplo da atualidade dessa missiva, destaco o trecho citado no começo desse artigo, onde Paulo nos dá uma orientação divinamente inspirada para nos portarmos diante das adversidades deste mundo.

Assim como a igreja de Roma, o cristão atual enfrenta uma sociedade deturpada. As estatísticas mais modernas apontam que cerca de 12% dos sites da internet (algo em torno de 76,2 milhões de sites) são pornográficos. No Brasil os jovens perdem a sua virgindade com uma idade média de 15 anos. Além disso, 55% dos jovens com idade abaixo dos 18 anos consomem bebidas alcoólicas regularmente. Em 2017, houve cerca de 60 mil assassinatos apenas em solo pátrio. Há um crescimento exponencial do movimento pró-aborto e do ativismo LGBT. E essa lista macabra de pecados e desvios de conduta se arrasta por mais uma infinidade de linhas.

Diante desse cenário apocalíptico de prática materialista, hedonista e carnal, Deus nos orienta em sua palavra a não nos envolver com tais condutas! No capítulo 12 de Romanos, Paulo nos exorta a viver uma vida de completa santificação!

A Santa Escritura diz que Satanás é o deus deste século (2 Co 4.4) e tem cegado aqueles que o seguem para que não percebam as atrocidades desses valores. Como estrategista o maligno e seus asseclas têm tentado infiltrar na igreja a cultura do relativismo, suavizando as doutrinas de demônios, dando a elas novas roupagens, tornando-as mais atraentes e palatáveis aos incautos cristãos que não estudam a Bíblia Sagrada. Uma vez não alimentados, não amadurecem e passam a agir com imaturidade. A esses, Paulo escreve em Ef. 4.14 que o estudo bíblico é necessário para que “não mais sejamos meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina, pela fraudulência dos homens, pela astúcia tendente à maquinação do erro.”

Os valores cristãos de santidade são parâmetros divinos e como tal, não aceitam mudança parcial de vida. Quando Daniel, Ananias, Azarias e Misael foram levados à Babilônia, se abstiveram de provar a comida do rei Nabucodonosor, mesmo essa sendo de belo aspecto e com certeza agradável ao paladar. Havia uma separação clara entre o santo e o profano e eles sabiam que não deviam, como servos de Yaveh, se dobrar diante dos costumes pagãos.

Somos instados por Deus em Romanos 12 a abandonar o modelo atual de vida apresentado pela sociedade deste século, mundano e lascivo e nos transformar (metamorphousthe, lit. “serem metamorfoseados”) pela constante renovação de nosso entendimento, lendo, meditando e aprendendo da Palavra de Deus. A santidade é um processo gradual e de conhecimento mais profundo ao Senhor, por meio desse processo saberemos nos proteger da contaminação da carne, deixando para trás condutas ímpias e nos voltando para a santificação, padrão moral exigido por nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, estando sempre em novidade de vida!

“porque eu sou o Senhor, que vos fiz subir da terra do Egito, para ser o vosso Deus, sereis pois santos, porque eu sou santo” (Levítico 11:45).

Ev. Jesrrael Fonseca Santos

Formado em Teologia pela Escola de Educação Teológica da Assembleia de Deus (EETAD); graduando em Teologia pela Universidade Batista de Minas Gerais; Superintendente Pedagógico da Escola Bíblica Dominical da Assembleia de Deus em Uberlândia/MG.



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